quinta-feira, 19 de março de 2015
Procurador da Lava Jato desmascara medida “anticorrupção” de Dilma: “O dono da empresa se beneficiou de um esquema e vai ser salvo”
Quando Dilma Rousseff fala em combater a impunidade, eu saco logo um procurador da Operação Lava Jato. Enquanto a presidente anunciava na TV o seu “pacote anticorrupção”, a Folha publicou uma entrevista com Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
Lima não só defende a operação da vigarice de que ela está gerando desemprego (“quem quebrou o Brasil, se houver quebra do Brasil, terá sido a corrupção”), como também desmascara uma das medidas incluídas no pacote de Dilma: a de encarregar a Controladoria-Geral da União de fazer, à margem da Justiça, acordos de leniência em que as empreiteiras paguem pesadas multas, mas continuem trabalhando para o governo.
“Agora, eu acho que a solução pretendida pela CGU pode até salvar empresas e empregos, garantir a continuidade de serviços. Mas ela premia injustamente o acionista, o dono dessa empresa. Porque ele se beneficiou de um esquema e vai ser salvo. Então desapropria essa empresa, pega o dinheiro, coloca num fundo para devolver para a Petrobras e privatiza a empresa em capital aberto. Porque você salva a empresa e não premia o executivo.”
Traduzo mais uma vez aquilo que o jurista Modesto Carvalhosa também já explicou com todas as letras: Dilma vende impunidade como medida “anticorrupção” para beneficiar empreiteiros em troca do silêncio sobre o envolvimento de petistas como ela no petrolão. O objetivo de Dilma, como disse Carvalhosa, é fazer uma anistia ampla, geral e irrestrita.
E aí? Já separou a panela para o Jornal Nacional?
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