terça-feira, 9 de dezembro de 2014

PETROLÃO PROVOCA ATRASO DE SALÁRIOS, AFIRMA SINDICALISTA









DIRIGENTE DA FORÇA RELATA CASOS DE CONTRATADAS DA PETROBRAS QUE DEIXARAM DE PAGAR FUNCIONÁRIOS



O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras estão afetando os trabalhadores e que as empresas contratadas pela estatal estão atrasando salários e demitindo pessoal. “Acrescentamos a preocupação em relação às obras que a Petrobrás contratou e as empresas começaram a não pagar os salários. A crise está chegando nos assalariados”, afirmou Torres.
Ele e dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central se reuniram com a presidente Dilma Rousseff por quase duas horas, no Palácio do Planalto. A preocupação com a situação na Petrobras foi transmitida à presidente. Na reunião, as centrais apresentaram uma pauta de reivindicações para o segundo mandato, que inclui a renovação da política de reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.
Segundo relatos dos presentes, Dilma disse que tudo o que envolve a estatal neste momento envolve muito “cuidado” e que os “trabalhadores não podem ser prejudicados”. Ela se comprometeu a consultar a Petrobras e o Ministério Público para encontrar uma solução para que a petroleira possa pagar as empresas subsidiárias.
De acordo com Torres, a petroleira está atrasando repasses a empresas contratadas, o que tem afetado os trabalhadores. Questionado se essa situação se deve ao escândalo de corrupção na estatal, Torres respondeu: “A Petrobrás não está pagando grande parte dos seus contratos. Deve ser por causa das denúncias. Só pode ser”.
Os sindicalistas apresentaram uma proposta a Dilma, segundo a qual a Petrobrás depositaria na Justiça do Trabalho as indenizações aos empregados, sem necessariamente retomar repasses às contratadas. Torres relatou problemas com a empresa Alusa, que afetaria 6 mil trabalhadores. Segundo ele, a Alusa foi contratada para realizar obras na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, um dos epicentros das acusações de sobrepreço na Petrobrás. Ele também mencionou a Iesa, no Rio Grande do Sul, e disse que foi identificado um problema semelhante no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
Salário mínimo. O sindicalista disse ainda que Dilma se comprometeu a enviar ao Congresso ainda neste ano uma proposta de correção da tabela do Imposto de Renda. Dilma já editou uma medida provisória neste ano para reajustar a tabela em 4,5%, o centro da meta de inflação. As centrais, no entanto, argumentam que esse índice não repõe as perdas inflacionárias e pediram que o cálculo seja feito com base na inflação real. (Ricardo Della Coletta, Tânia Monteiro, Vera Rosa e Lisandra Paraguassu/AE)

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