A presidente Dilma Rousseff participou, neste sábado, de um evento da UJS, a União da Juventude Socialista, do PCdoB. Com aquela pouca destreza para as sutilezas do idioma com que Deus nos dotou a todos (nascemos idiotas, como sabem) — e que, no caso de Dilma, nem o tempo nem a escola conseguiram corrigir —, a presidente anunciou que não vai permitir a volta de “espectros fantasmagóricos”. Ao optar por construção tão especiosa, ela só demonstra que não sabe o que quer dizer a palavra, “espectro”, que vem a ser justamente sinônimo de… “fantasma”! Logo, Dilma promete que vai impedir a volta de “fantasmas fantasmagóricos”. Contra o pleonasmo e a bobagem, ela não fez promessa nenhuma. Pretende deixar tudo como está.
Coitada da Dilma! E coitados de nós, também, caso ela obtenha sucesso na sua empreitada! Entendo esta senhora. Ela é uma ex-comunista (é ex?) e falava num encontro do PCdoB. É natural que seu cérebro estivesse numa espécie de convulsão, não é?, ainda que, ao pensar no assunto, eu imagine, assim, a mente presidencial como um lugar bem pouco habitado. Como esquecer as nove palavras iniciais do “Manifesto Comunista”, de Marx? A elas: “Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo”. Só que o barbudo furunculoso não usava a imagem para assustar o “povo”.
Dilma meteu o pé na jaca, informa a Folha. Segundo a petista, seus adversários, se eleitos, vão promover “desemprego, recessão e arrocho salarial”. E avançou: “Eu não fui eleita para colocar o país de novo de joelhos, paraacabar com a política industrial, privatizar empresas. Não fui eleita para varrer a corrupção para debaixo do tapete, como era a prática anterior”.
É tanta bobagem que mal se sabe por onde começar. “Política industrial”??? Segundo um estudo da Fiesp, entre 2004 e 2012, na gestão petista, a participação industrial na atividade econômica totalizou uma perda de 30,8%. A fatia de contribuição do setor manufatureiro para o PIB caiu de 19,2% em 2004 para 13,3% no ano passado. A taxa já é a menor desde 1955, quando a participação chegou a 13,1%. Se cair mais um pouco, o país chegará ao número de 1947 — 11,3% —, tempo em que o Brasil era uma economia rural, primário-exportadora.
Eis aí o resultado da genial “política industrial” do petismo. E por que a indústria precisa ser forte? Ora, perguntem aos países ricos ou à gigante China. Indústria em declínio significa exportação de emprego — e dos melhores empregos. Isso para começo de conversa. De qual “país de joelhos” fala Dilma? Aquele da hiperinflação, ao qual o PT se agarrava com patas e dentes — daí que tenha tentado sabotar o Plano Real de todas as formas possíveis? Quanto à privatização, dizer o quê? Dilma só não privatizou mais porque foi incompetente. Sua menção à corrupção só pode ser humor involuntário.
O discurso do medo, como resta óbvio, é o discurso de quem está com… medo. Estivesse ela flanando nas alturas, como há pouco mais de um ano, a conversa, obviamente, seria outra. A presidente que tenta botar terror nas eleições é aquela que decidiu silenciar na abertura da Copa do Mundo porque sabe bem o que o Itaquerão tinha reservado para ela.
Falar para os engajados da Juventude Socialista é fácil. Vá lá, Dilma, no Itaquerão, enfrentar o povo, cara a cara. Vamos ver se ele também aplaude.
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