Potencial de apoio à petista nas urnas caiu para 47%, mesmo nível da época dos protestos em 2013; índices de Aécio e Campos estão crescendo
São Paulo - A última pesquisa Ibope revela que o potencial de votos da petista Dilma Rousseff - a parcela máxima de eleitores que admitem votar nela em um determinado momento - caiu aos níveis de julho do ano passado, época dos protestos de rua que corroeram a popularidade da presidente.
Além de medir a intenção de voto - ao apresentar a lista de pré-candidatos e pedir ao entrevistado que aponte seu preferido -, o Ibope cita o nome de cada concorrente e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para responder. A soma das duas primeiras respostas - "votaria com certeza" e "poderia votar" - é o potencial de votos de cada presidenciável, isto é, o teto de votação em um determinado momento.
No caso de Dilma, esse potencial está hoje em 47%, metade do que ela apresentava há pouco mais de um ano, em março de 2013, quando nenhuma crise parecia estar no horizonte.
Em julho de 2013, porém, o potencial de votos havia desabado para 49%, como consequência da onda de protestos que atingiu as principais cidades do País. A aprovação ao governo Dilma, na época, também sofreu forte queda, de 63% em março para 31% em julho.
Profecia. Foi o fundo do poço. João Santana, marqueteiro da campanha presidencial petista, disse então que Dilma e o governo recuperariam a popularidade em quatro meses - o que não aconteceu.
Mas houve uma leve melhora: entre setembro de 2013 e março deste ano, o potencial de votos de Dilma oscilou em torno de 55%. Em abril, porém, caiu para 51%. E agora voltou a se reduzir, para 47%.
Paralelamente, está em alta o porcentual dos eleitores que rejeita a hipótese de votar em Dilma. Eram 38% em março, 40% em abril e já são 43% em maio.
No campo adversário, nem Aécio Neves (PSDB) nem Eduardo Campos (PSB) têm potencial de voto próximo do de Dilma. Mas ambos têm melhorado: o do primeiro subiu três pontos porcentuais nos últimos três meses (de 33% para 36%), e o do segundo, oito pontos (de 26% para 34%).
Uma parcela elevada de eleitores ainda afirma não conhecer os opositores de Dilma suficientemente para se manifestar (32% no caso de Campos e 27% no caso de Aécio). Eles ainda podem conquistar esse eleitorado e elevar seu teto de votação. No caso de Dilma, esse contingente é bem menor: apenas 10% do eleitorado.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95% - ou seja, há 95% de probabilidade de os números retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi custeado pelo próprio Ibope e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-00120/2014.
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