sábado, 24 de maio de 2014

Aldo Rebelo e Dilma tentam rebater 'chute de Ronaldo contra o próprio gol.


Aldo Rebelo e Dilma tentam rebater 'chute de Ronaldo contra o próprio gol'

Ministro do Esporte repetiu o mantra de que tudo vai bem na organização da Copa

O Ministro do esporte Aldo Rebelo: repetindo o mantra de que tudo vai bem
Ministro do esporte Aldo Rebelo: repetindo o mantra de que tudo vai bem (Ueslei Marcelino/Reuters)
(Atualizado às 19h18)
Em discurso na tarde deste sábado durante o 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não tem do que se envergonhar na preparação para a Copa do Mundo. Foi uma resposta — sem citar nomes — ao ex-jogador Ronaldo, que em entrevista de grande repercussão na sexta-feira, à agência Reuters, disse que se sente "envergonhado" com os problemas que o país enfrenta para concluir as obras necessária para a competição.
"A Copa do Mundo se aproxima e tenho certeza que o nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade. Tenho certeza do que fizemos, tenho orgulho das nossas realizações. Não temos do que nos envergonhar e não temos complexo de vira-latas", afirmou.
Pouco antes, o Ministro do Esporte Aldo Rebelo já havia respondido ao ex-jogador. Rebelo afirmou que, como integrante do Comitê Organizador Local (COL), Ronaldo dava um "chute contra o próprio gol" ao se manifestar.
Na entrevista à Reuters, Ronaldo afirmou que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil pelo nãocumprimento de prazos são justas, já que o país sabia desde 2007 das exigências da entidade. “De repente chega aqui e é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, lamentou.
Além de se contrapor a Ronaldo, o ministro repetiu o mantra de que não há motivo para aflição. "Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais", disse ele. "Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha." Para Rebelo, o governo cumpriu seu papel no "esforço de construção e de desenvolvimento do Brasil".
Também no sábado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista ao jornal suíço Le Temps apontou uma das razões pelas quais um país que tem notórias deficiências de gestão emão de obra especializada, e um igualmente notório excesso de burocracia, acabou se enredando no cipoal em que se encontra dias antes do início da Copa. Segundo Blatter, o Brasil chegou a propor a construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014, duas vezes mais que a exigência da entidade. No final, as sedes foram 12 — e Blatter fez questão de ressaltar que a decisão de levar a Copa para lugares como Manaus foi do governo brasileiro, e não da Fifa.

A cadeia de erros do Brasil na Copa

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Estádios demais

Como poderia ter sido: A Fifa ficaria satisfeita com apenas oito estádios, o suficiente para o evento
O que o país fez: Para aumentar o número de cidades envolvidas – e atender aos pedidos do maior número possível de governadores e prefeitos –, ampliou o número para doze arenas
Qual foi a consequência: Além de encarecer todo o evento, criou dois problemas. Sem investidores privados para bancar estádios em capitais sem clubes de grande torcida, usou-se dinheiro público. Além disso, algumas das arenas poderão virar elefantes brancos depois do Mundial

O que ficou só na promessa para o Mundial

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Estádios privados

O Estádio Nacional de Brasília: o custo se aproxima dos 2 bilhões de reais em verba pública
O ministro do Esporte do governo Lula prometia uma Copa totalmente privada, sem uso de dinheiro público nas arenas. Entre as doze sedes do Mundial, porém, só três (São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) são empreendimentos particulares - e mesmo essas obras dependem de financiamento de bancos estatais e generosos incentivos públicos.

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