terça-feira, 27 de maio de 2014

Com o Fuleco na mão


É grande o esforço dos envolvidos com a Copa para tentar salvar o evento que pode ser um fiasco

copa_2014_04Fingindo inocência – O crescente desinteresse pela Copa do Mundo 2014 pode provocar um revés na imprensa brasileira, que apostou muito dinheiro no mais importante evento futebolístico do planeta. Quem corre o maior risco com o comportamento dos brasileiros em relação ao torneio é a Rede Globo, que tem a exclusividade das transmissões.
Há muito vendo a audiência despencar de forma lenta e contínua, a emissora carioca vem apostando todas as fichas para evitar o pior. De samba a programas especiais, passando por entrevistas exclusivas e pesquisas de opinião direcionadas, tudo tem sido tentado. Mesmo assim, é grande o número de brasileiros que prometem torcer contra o onze canarinho.
Na edição desta segunda-feira (26), o Jornal Nacional divulgou os resultados de uma pesquisa que aponta que 78% dos brasileiros creem na conquista do hexacampeonato pela seleção verde-loura. Por questões óbvias a Vênus Platinada não levaria ao ar, no principal telejornal do País, uma pesquisa com resultados contra a Copa do Mundo. De tal modo, a saída foi criar uma suposta onda de entusiasmo, que não é tão confiável quanto parece. A pesquisa surgiu depois que o ex-jogador Ronaldo Nazário de Lima, integrante do Comitê Organizador Local (COL), fez duras críticas ao governo federal e ao atraso nas obras destinadas ao evento.
O desespero é tão grande em relação à Copa, que sobrou para Carlos Alberto Parreira sair em defesa do torneio. Logo depois de chegar à Granja Comary, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, o coordenador técnico da seleção disse em entrevista coletiva que ninguém torcerá contra o Brasil. De fato Parreira tem razão, pois nenhum brasileiro torceria contra a terra-mãe, mas sim contra seleção brasileira, pois a eliminação da equipe nacional faria um enorme bem ao País, que está atolado em grave e preocupante crise.
Há nos bastidores da Copa uma operação orquestrada entre o Palácio do Planalto, a FIFA, a CBF e alguns setores da imprensa brasileira para deflagrar ações que eventualmente diminuam o risco do fiasco que se anuncia. Por trás desse conluio há interesses diversos e bilionários, muitos dos quais os brasileiros sequer imaginam a nocividade da peçonha.
É preciso que Carlos Alberto Parreira saiba que existe no País um considerável e crescente número de cidadãos torcendo contra a seleção. O editor do ucho.info, por exemplo, torce contra a seleção há mais de trinta anos. E que os barões do futebol planetário se preparem para a festa que acontecerá diante de eventual derrota do Brasil nos gramados da Copa.

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