sábado, 27 de setembro de 2014

A economia parou, agora sobram desculpas furadas

O Banco Central apontou mais uma vez para a retração da economia brasileira. Enquanto isso o governo vai se revezando nas desculpas. Do contexto internacional passou para o pessimismo interno. Agora o ministro Guido Mantega apresenta uma nova causa: a Copa do Mundo.

Com os números do comércio paralisado e queda na produção da indústria, a economia brasileira diminuiu 1,2% no segundo trimestre deste ano, de acordo com o Banco Central. É o pior resultado desde 2009, quando todo o mundo passava por uma das maiores crises financeiras das últimas décadas.

O BC também mostrou uma queda da atividade econômica de 1,5% de junho em relação a maio, a quinta consecutiva.





Os resultados do Banco Central mostram a verdadeira prostração dos agentes econômicos brasileiros. É consequência de escolhas erradas do governo. A principal delas, como se sabe, foi mexer em um sistema macroeconômico montado no tempo de FHC.

Mas o impressionante também são as desculpas para o fracasso. Basta analisar três delas para mostrar como o governo anda perdido em seus diagnósticos.

A primeira delas é com relação à crise internacional. O Brasil, segundo o governo, seria vítima de um contexto exterior desfavorável, por isso não cresce. Porém, para essa verão dar certo, é preciso combinar com os demais países.

Que crise seletiva é essa que atinge o Brasil e não alcança os demais países da América do Sul e emergentes, que apresentaram taxas de crescimento o dobro das nossas durante o governo Dilma?

Para 2014, a previsão de crescimento do Brasil de acordo com a revista Focus do BC é inferior a 1%. Por outro lado, segundo o FMI, o mundo irá crescer 3,4% e os emergentes 4,6%.

A segunda desculpa é com relação ao pessimismo. O Brasil não cresceria porque haveria alguns pessimista de plantão que não deixariam o país avançar.

É mais uma versão que não condiz com os fatos. No final do governo Dilma, a equipe econômica do governo chegou a prometer um crescimento superior a 5% em todos anos do mandato da presidente. O mercado acreditou em 4,5%. Ambos foram muito otimistas, porque não nos vão entregar nem 2%.

A terceira desculpa apareceu ontem nas páginas dos jornais e nas palavras do próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega. Foi a Copa do Mundo que fez o pais desacelerar. A produção industrial teria caído e o comércio crescido pouco devido à diminuição de dias úteis.

Ora, nesse caso a afirmação desmente o próprio Mantega que no dia 30 de maio deste ano havia dito que a Copa iria turbinar a economia no segundo trimestre deste ano.

Tão ou mais grave do que nossos problemas econômicos é a cegueira de quem deveria estar lutando para tirar o Brasil deste atoleiro.

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