terça-feira, 17 de junho de 2014

Discriminação é crime e minha voz é representativa, sim.



Descobri na semana passada que faço parte de uma minoria que sofre preconceito e discriminação: a elite branco-européia nascida no Brasil.
Sim, sou branca e, pelo jeito, elite.
Tenho uma empresa que emprega (e paga acima do mercado) há 10 anos.
Pago TODOS os impostos (motivo de incredulidade e chacota por parte de familiares).
Pago no mínimo 3 vezes mais aos meus fornecedores de café, podendo chegar a 5.
Poderia ter comprado os caríssimos ingressos para a abertura da copa brasileira. Apenas não o fiz por não apoiá-la desde seu anúncio, anos atrás.
Conquistei, trabalhando honesta e enlouquecidamente, cada vitória e crescimento, da empresa e na minha vida pessoal.
Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca.
E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente - fornecedores e funcionários.
Sou parte desta nação, tanto quanto aqueles que têm outro tipo de ascendência ou que sofrem exatamente pela negligência dos que me discriminam.

Discriminação é crime e minha voz é representativa, sim.

Isabela Raposeiras

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