domingo, 15 de junho de 2014
Se escolher Bolsonaro como Vice, a vitória sera garantida.
Aécio diz que será o presidente que mudará o Brasil e prevê PT varrido do poder
Por Eduardo Simões e Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - Em clima apoteótico e recheado de menções ao avô Tancredo, o senador Aécio Neves foi oficialmente declarado candidato do PSDB à Presidência da República e previu neste sábado que um "tsunami" varrerá o PT do poder e permitirá um "reencontro" do Brasil com a decência.
"Sou candidato à Presidência da República para mudar o Brasil!", disse Aécio ao término de seu discurso. "Até a vitória!"
Aécio fez elogios ao governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e bateu duramente no governo do PT, que há quase 12 anos comanda o Executivo federal.
"A cada dia que passa, por cada Estado e região pelo qual ando, eu percebo que não há apenas mais uma brisa, mas uma ventania por mudança, um tsunami que vai varrer do governo federal aqueles que lá não têm se mostrado dignos e capazes de atender às demandas da população brasileira", disse.
O tucano, que foi aclamado com o slogan "Aécio, a gente quer você", também disse que o PSDB manteve sua coerência no período em que esteve na oposição, mas atacou o PT pelo que chamou de coerência do partido governista.
"Aqueles que foram contra o Plano Real é que hoje permitem a volta da inflação, quem foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal é quem hoje realiza a maldita contabilidade criativa", disparou, acrescentando que estava ali para "dar um basta".
Em tom emotivo, o candidato tucano agradeceu à família --sua filha mais velha Gabriela estava presente--, lembrou a mulher Letícia e seus gêmeos que nasceram recentemente e fez um agradecimento ao pai, Aécio Cunha, e ao avô Tancredo.
Entre as menções a Tancredo, destacou-se um vídeo do poeta Ferreira Gullar lendo um poema que fez em homenagem ao ex-presidente quando da sua morte.
Usou também boa parte de seu discurso para citar realizações do governo FHC, como os programas sociais que deram origem ao Bolsa Família no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, a estabilização econômica e a criação das agências reguladoras, além de feitos na saúde e na educação.
"O Plano Real não garantiu apenas o poder de compra do salário. O Plano Real reconquistou para o Brasil o mais simbólico valor de que uma nação pode dispor: a confiança nela própria", disse.
"E não adianta nossos adversários quererem, a história não se reescreve. Ela está aí para ser revisitada e reconhecida", alfinetou o mineiro, que fez uma menção especial ao ex-governador de São Paulo José Serra, com quem posou de mãos dados ao fim do discurso do colega de partido.
Serra foi o presidenciável tucano pela segunda vez em 2010, quando Aécio já despontava como nome natural do partido. E novamente agora, durante um bom tempo houve sinais de que o ex-governador paulista desejava ser novamente candidato a presidente.
Aécio disparou críticas à gestão do governo do PT na economia e questionou os financiamentos secretos dados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras em países que classificou como "alinhadas ideologicamente" com a gestão petista.
"Asseguro aos senhores: dentro de pouco tempo vou mostrar ao Brasil em que condições esses financiamentos se deram e quais benefícios eventuais trouxeram ao país", prometeu.
O tucano criticou ainda o que chamou de "reiterada e perversa tentativa de dividir o Brasil ao meio" por parte do PT.
"Temos que lutar, com toda nossa energia, para derrubar os muros que dividem os brasileiros em várias condições."
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