terça-feira, 17 de junho de 2014

O MÉDIO DAS MÉDIAS



Sei que serei lido por poucos. Mas dentro de mim há angústias cotidianas que não se calam, e, desculpando-me, tenho de colocá-las para fora.
Sei também, que muitos, a maioria, detesta política. E que por isso, será talvez vítima insciente desta aversão, até natural.
O discurso de Marilena Chauí, a caquética, feia como uma caverna escura repleta de morcegos hematófagos, proclamou seu recalcado ódio à classe média, no que foi aplaudidíssima pela plateia e por Lula, em 2013, num concorrido evento do PT, antes das manifestações de massa contrárias ao governo e aos políticos no mesmo ano.
Para quem quiser ver e ouvir o “discurso”, basta ir aos mecanismos de busca da internet e digitar “Marilena Chauí – odeio a classe média”, que encontrará no You Tube a íntegra de seu discurso repleto de visceral aversão.
A prescindir que da classe média somos, menos ou mais, quase todos nós, de quem ganha dois ou três salários mínimos e vive na comunidade de Paraisópolis, até quem ganha cerca de vinte salários mínimos, morando em bairros como Pinheiros, por exemplo, sendo o conceito de classe média no Brasil muito elástico, de se perguntar porque tanto ódio do petismo militante a nós dirigido e cultivado.
A sequência de fotos abaixo demonstrará o que quero dizer e refletir juntamente com quem me lê.
Trata-se de Mussolini, o mestre de todos os totalitarismos do Século XX, chegado ao poder em 1922. Digo mestre, porque Lênin, em 1917, implantou o totalitarismo soviético goela abaixo do povo russo e adjacente por meio de baionetadas numa guerra civil sangrenta que deixou centenas de milhares de mortos no caminho, inclusive toda a família do Czar Nicolau II, executada pelos comunistas soviéticos, em meio à 1ª Guerra Mundial.
Mussolini não. Chegou ao poder de forma relativamente pacífica, e ao longo do tempo, apesar da ditadura, obteve amplo consenso do povo italiano, até arruinar a Itália acompanhando a louca aventura de Hitler na 2ª Guerra Mundial.
As fotos abaixo evidenciam desde um Mussolini jovem, líder sindical socialista, preso, até seu cadáver, ao lado da amante Claretta, mijados, cagados e deformados a chutes pela população italiana em fúria, naquele 30 de abril de 1945, no Piazzale Loreto, de Milão, quando da derrocada da República de Salò, ao final da guerra, separada de uma Itália literalmente feita em pedaços.
Evidencia-se também um importante livro de Mussolini, o qual, a dizer verdade, era cultíssimo, além de professor e jornalista brilhante. O livro guarda o título: O Estado Corporativo.
Antes de discorrer e ponderar sobre as raízes do ódio do PT, e seus ideólogos, visceralmente voltado contra a classe média, sobretudo a paulista, importante frisar que nas redes sociais e na mídia em geral, várias tem sido as manifestações de repulsa sobre o decreto emanado pela presidente Dilma, criando os tais “conselhos populares”, espécies de “órgãos de consultoria social” que influirão sobre as diretrizes e implantação de políticas públicas no Brasil.
Acusa-se de ser esta iniciativa uma tentativa do governo petista de comunização da sociedade no Brasil, por este meio.
Há engano aí, mesmo que em parte, e explico: estes “conselhos”, na verdade, foram idealizados por Mussolini como “elementos de integração com o Estado Corporativo Fascista”. Eram constituídos por membros fascistas eleitos internamente e por indicação: pelo Capital e pelo Trabalho, liderados por um expoente do Partido Nacional Fascista (PNF), o qual detinha a palavra final no caso de impasse na definição de interesses antagônicos, a modo de “harmonizar” o conflito, sempre de modo consonante aos interesses do partido único, o Fascista, e de seu líder, o Duce, Mussolini, chefe de governo.
A prescindir do fato que a classe média é também formada por professores, profissionais liberais, intelectuais, dentre os quais Marilena Chauí, que vendeu seus livros para a classe média que ela odeia, infelizmente, Marilena, como muitos intelectuais de direita e de esquerda antes dela, advertiu que a classe média constitui o maior óbice para a implantação do regime de partido único em qualquer país minimamente civilizado.
Explico: As raízes do Fascismo totalitário, e do Comunismo, assim dito real, se dão a partir das classes menos favorecidas, quando estas perdem por completo meio e modo de viver.
Foi assim na Itália, após o término da 1ª Grande Guerra, ganhando Mussolini progressivo apoio dos pobres e miseráveis a partir de 1919.
Tem sido assim no avanço de agora, do Partido da Frente Popular (fascista) francês, cujo acervo eleitoral encontra ressonância plena nas camadas mais pobres da França, duramente atingidas pela crise do Euro, em decorrência do crack de 2008.
Também em relação aos partidos comunistas, italiano e francês, estes encontraram ampliação de sua base eleitoral nos anos 1970, com a crise do petróleo, mergulhando a Europa na inflação e desemprego em massa.
Foi assim com Luíza Erundina, em São Paulo, em 1989, com desemprego galopante e inflação estratosférica, numa economia subversiva do valor do trabalho em prol do over night.
Assim, quanto a qual classe social apoia os totalitarismos de direta e de esquerda, historicamente, sem dúvida, são os excluídos do tecido social, são aqueles que se veem sem eira e nem beira e que precisam de um líder que lhes assegure sobrevivência.
Por isso, o PT, o nosso atual PNF, por seu Duce, o Lula, fala tanto em segurança alimentar para a massa desvalida, sobretudo a nordestina, explorando populisticamente seu prestígio, tal como Mussolini fez nos anos 1930, já ditador absoluto da Itália, indo cultivar com o povo – veja-se fotografia anexa – os campos de trigo, numa campanha nacional de autossuficiência da Itália no cereal, identificado assim, corporalmente e em espírito, com o campesinato italiano.
E começa ai a explicação do porque tanto ódio contra a classe média, definida por fascistas e por comunistas, tal como disse Marilena Chauí: pequena burguesa, reacionária, machista, conservadora, terrorista, uma abominação ética, social, política, e uma infinidade de adjetivos pejorativos repletos de repulsa e nojo, aplicáveis à espécie: - nós.
É que a classe média precisa de sistemas plurais, democráticos, com liberdades asseguradas pela constituição (que o PT, à época, tentou de todas as formas obstar, porque lhe atrapalhava o projeto de poder), de mercado, para existir. Neste sentido, pouco se adéqua à regulamentação de um Estado Corporativo como o Fascista.
Por esta razão, num ponto, fascistas e comunistas estão sempre de acordo: na eliminação completa da classe média como pressuposto necessário da tomada e manutenção de poder, manobrando junto classes menos favorecidas, que em troca de favores estatais, apoiam incondicionalmente o regime único, mesmo que à custa da supressão das liberdades individuais, elevando o Estado Totalitário a espécie de deus, onde o Duce, tal como na foto do cartaz, sempre está certo.
Neste sentido, a reação da classe média em junho de 2013 foi um golpe mal absorvido pelo petismo totalitário no país. E um mal sinal para o PT.
Prevendo, assim, possível derrota eleitoral, o petismo militante vem agora, mesmo que tardiamente, tentar, e talvez consiga, implantar o modelo fascista corporativo por meio dos “conselhos sociais”, a modo de contrapô-los aos anseios de renovação política da classe média, progressivamente rebaixada e comprimida nestes 12 anos de petismo.
É disto que tenho receio e é sobre isso que todos devem pensar e, em sendo da classe média, reagir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário