terça-feira, 10 de junho de 2014

Pesquisa presidencial – Resultado do Ibope tem lá as suas estranhezas, mas uma coisa é certa: é muito ruim para Dilma


É… A pesquisa do Ibope sobre a intenção de votos para presidente da República foi divulgada depois do encerramento da convenção do PMDB. Tivesse saído antes, o resultado poderia ter sido ainda pior para a presidente Dilma Rousseff. Se a eleição fosse hoje, segundo o instituto, a petista teria 38% das intenções de voto, oscilando dois pontos para baixo em relação à de maio. Já Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, oscilaram dois pontos para cima: o tucano aparece com 22%, e o peessebista, com 13%. O Pastor Everaldo, do PSC, surge com 3%.
Os números são significativamente distintos dos da pesquisa Datafolha, divulgados há quatro dias: nesse caso, a petista aparece com 34%, o tucano, com 19%, e o ex-governador de Pernambuco, com 7%. No Ibope, pois, Campos teria quase o dobro dos votos do que lhe confere o Datafolha.
Seja lá como for, os números não são bons para Dilma, especialmente os do segundo turno. Se a eleição fosse hoje, a presidente teria 42% dos votos, contra 33% de Aécio — só nove pontos os separam. Numa polarização dessa natureza, esses nove valem 4,5 pontos. No Datafolha, com números bastante distintos, a diferença é de oito pontos: 46% a 38%. Curiosidade: há menos de um mês, no próprio Ibope, Dilma tinha 43%, e Aécio, 24%. Uma diferença de 19 pontos foi reduzida a… 9! Com a devida vênia, ou a pesquisa de antes (o que me parece certo!) ou a de agora está errada. Por que tamanha mudança na vontade do eleitorado? Também contra Campos, a diferença caiu bastante: de 42% a 22% para 41% a 30%. Do nada, 20 pontos viraram 11.
Estranha simulação
O Ibope fez ainda uma estranha simulação, consta que a pedido da Uvesp, a União dos Vereadores de São Paulo. Apresentou o nome dos pré-candidatos associados a vice. Só Campos ampliaria significativamente o seu eleitorado quando associado a Marina Silva: teria 17% ou 18% das intenções de voto. A variação de Aécio e Dilma seria irrelevante, independentemente dos respectivos vices. A simulação é um pouco estranha porque campanhas não costumam se ancorar em vices, né? Pela primeira vez uma pesquisa aponta uma transferência de votos dessa magnitude de Marina para Campos, coisa que a gente não percebe no eleitorado da ex-senadora.
O PT tinha comemorado efusivamente, na pesquisa anterior do Ibope, o que considerava estancamento da queda de Dilma e início da recuperação (no caso, ela passara de 37% em abril para 40% em maio). Certamente, o PT negará agora que a crise continua.
Por Reinaldo Azevedo

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