Não. A Copa é da Fifa. E não se pode dizer nada porque realmente é dela. Cada país precisa realmente se adequar às exigências da Fifa. Certo?
Mas quando a Fifa realiza uma Copa em um país desenvolvido, estruturalmente invejável, os resultados financeiros não devem ser maior (para a Fifa) que os dos jogos realizados em países subdesenvolvidos, onde a manipulação é bem maior, juntando-se com a corrupção.
O Brasil repete as frustrações da África do Sul, onde estádios estão fechados e as demais obras exigidas pela Fifa não deram retorno social ao país. Aqui não será diferente. O governo não investiu tanto quanto se denuncia – 30 bilhões - , mas foram muitos recursos. Não quero dizer que o governo – se não houvesse a Copa – investiria esses recursos nas necessidades sociais. Bobagem! Contudo, é importante analisarmos o detalhe de a nação estar socialmente atrasada, a ponto de uma competição esportiva exigir uma infraestrutura que a sociedade já deveria dispor.
Por isso, não vejam as manifestações públicas como ações de “baderneiros”. Não! São pessoas que enxergam o Brasil socialmente. Não caiam na campanha global contra “baderneiros”. A propósito, uma manifestação de mãos dadas, velas acesas e cartazes sensibilizaria o governo? Claro que não. As manifestações no Brasil, contra governos insensíveis, precisam, infelizmente, marcar presença.
Somos um Brasil ainda muito pobre, corrupto, vaidoso e inexpressivo. Somos uma nação perpetuada no apartheid social; não se enxerga o morro como parte da cidade; mas como um reduto inóspito, onde a sociedade não põe o pé, com medo da violência. Mas onde está a violência social?
Bem, estamos em Copa. Vamos torcer pela nossa seleção, sem perder a visão e a sensibilidade de que a nossa nação está muito atrasada.
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